Noticías

Tory Burch: a marca norte americana que “roubou” inspiração poveira

A marca norte americana Tory Burch foi processada depois de ter copiado uma criação portuguesa. Em causa está uma camisola de origem poveira, a qual a designer Tory Burch ter alegado ser uma inspiração mexicana e ter fingido ser uma criação sua.

Publicado há

em

Uma onda de indignação caiu sobre a marca norte americana e os comentários nas redes sociais não tardaram a chegar.

A estilista vendeu uma camisola dos pescadores da Póvoa de Varzim por 695€. Apesar dos elementos ligados ao mar, a designer fez referência a uma baja mexicana.

No final do dia da passada quinta-feira, a estilista reagiu pela primeira vez ao sucedido pedindo desculpa, mudando assim a referência do produto dando crédito à origem oficial da sua inspiração.

Contudo, os portugueses não perdoaram o sucedido, assim também criticando a embaixadora portuguesa, Filipa de Abreu, a consultora de 54 anos.

Filia de Abreu

Comentários como, “Devia ter vergonha na cara. A Camisola Poveira pertence à bela cidade da Póvoa de Varzim! É uma parte importante da sua história e cultura. Tente ser original e pare com isto”, foram dirigidos à própria.

Enquanto embaixadora da marca, a própria fez uma publicação no seu Instagram com a descrição “Enquanto embaixadora da marca Tory Burch foi com surpresa que acordei com uma tempestade de notícias sobre uma polémica referente a uma camisola da coleção 20/21 da Tory Burch (…) Desconhecia o tema e a peça em questão pois eu NÃO trabalho na equipe de design nos Estados Unidos.” Pode ler o seu comunicado na sua conta pessoal.

Porém, os comentários continuam a cair sobre a embaixadora: “Ok, não trabalha na equipe de design. Mas enquanto “portuguesa”, é no mínimo estranho que desconheça as peças bordalo, as camisolas poveiras, e tantos outros elementos património nosso, comercializados pela marca Americana da qual é embaixadora”, afirmou um dos seguidores. A par dos comentários dos seguidores descontentes há quem tente entender a situação, comentando: “Como português obrigado pelo seu trabalho e o seu esforço em resolver esta situação e continue a defender o que é nosso porque o faz muito bem!

Para além da enorme onda de críticas que caíram sobre a camisola, muitos dos seguidores também fizeram referência há loiça que a marca vende, afirmando ser inspirado na loiça portuguesa, mostrando que já não é a primeira vez que a designer se apropria da  nossa cultura de forma irresponsável.

Loiça estilo Bordallo Pinheiro

Já a marca da criação poveira imitiu um comunicado na página do Facebook em que se pode ler “Imagine que os Tapetes de Arraiolos, os Tapetes de Beiriz, os Bordados da Madeira, os Bordados de Castelo Branco, o Bordado de Guimarães, o Lenço dos Namorados, a Louça de Alcobaça, o Barro Preto de Bisalhães, os Caretos de Podence, as Máscaras Ibéricas, os Chocalhos do Alentejo, o Galo de Barcelos, a Louça das Caldas, os Bonecos de Estremoz, a Filigrana de Gondomar, o Coração de Viana, os Azulejos da Viúva de Lamego ou até mesmo o Fado fossem usurpados por multinacionais multimilionárias e só por isso, pelo enormíssimo poder económico, passassem a deter o domínio destas marcas fundamentais do nosso artesanato nacional. Que teríamos para chamar de” nosso”? Que seria da nossa cultura? Como contaríamos a nossa história?

Tory Burch altera referência da camisola Poveira

Deixa aqui o teu comentário

Tendências

Exit mobile version